segunda-feira, maio 31, 2010

Um Caminho Para a Crise

Um dos problemas do Mundo Pós-Moderno é que as crianças vivem, desde o berço, sujeitas ao controlo dos adultos. Já não têm vida própria. Já não tomam opções! Tudo é controlado ao minuto desde a hora de comer e dormir até às tarefas que os ocupam. São sujeitos, da creche à faculdade, à mesma ditadura que um adulto, moldando um espírito competitivo que os leva a um egoísmo extremo e as opõe ao outro, ao mesmo tempo que lhes coloca palas nos olhos ceifando-lhes o desenvolvimento da criatividade para uma tomada de decisão futura.
A sociedade está assim constantemente e cada vez mais sob o jugo de gente sem visão (os que nos moldes competitivos da nossa educação melhor ficam colocados) e os subjugados sem ideias e conhecimentos (os que nos moldes competitivos da nossa educação pior ficam colocados e desistem de aprender). Para mudar esta realidade urge uma educação respeitadora da criança na sua natureza e individualidade. Enquanto as crianças tiverem de ser homens e não forem tratadas como crianças, nenhum homem será Homem na sua plenitude.
A criatividade é das coisas que mais nos individualiza como espécie e é essa criatividade que nos tem feito sair das maiores crises sociais, políticas e/ou económicas por que passamos. Mas ao ceifarmos o desenvolvimento dessa criatividade com um Modelo de Educação essencialmente Tradicional então estamos a ceifar a nossa capacidade de sair das crises que actualmente e de futuro nos atormentarão.
Urge assim uma verdadeira reforma no Sistema Educativo que não seja apenas pensada para agradar políticos e docentes mas que faça um corte com a realidade presa em manuais e programas unificadores de pensamentos e que instale uma educação que não se limite a ser Instrução mas que permita uma simbiótica troca de conhecimentos entre professor e criança, pois todos somos educadores e educandos, e só assim, podemos entender que a educação não se restringe à escola mas que faz parte de toda a vida.
Porque as pessoas não são indivíduos estanques e não existem sem o outro e sem a sociedade, não podemos criar pessoas (como robôs) que cada vez mais são individualistas e desprendidos da sociedade sob o risco, que já está a ser cumprido, de, como sociedade, entrarmos em decadência. Apenas com uma educação centrada na liberdade da criança, respeitando os seus ritmos próprios, que não seja competitiva mas sim estimuladora da cooperação e colaboração, que a coloque nos centros de decisões do ensino ao contrário de impor o que quer que seja podemos desenvolver todo o potencial humano em todas as áreas da sociedade, pois não há apenas uma realidade correcta, e principalmente a das crianças não é menos correcta que as outras, e nem todas têm de obter os mesmos conhecimentos da mesma maneira. O Ensino deve então estimular e servir-se da curiosidade natural das crianças para através dela fornecer as ferramentas que as levem a desenvolver a criatividade, o pensamento crítico e habitua-las a procurarem sempre um novo conhecimento que as faça evoluir constantemente no sentido da sua natural vocação, ao mesmo tempo que se tornam responsáveis, respeitadores das liberdades individuais e adaptativas a às mudanças sociais cada vez mais constantes.
Mais do que conhecimentos que serão esquecidos é necessário desenvolver valores que nos tornem mais ricos e fortes como povo. A Educação Nova e a Educação Moderna são modelos educativos que ao contrário do Modelo Tradicional nos poderão levar a esse caminho.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Isso é como desenvolver humanidade em cada ser humano ato educativo tão essencial não é fácil e sim complexo,estou na profunda reflexão de sua escrita.
Que turbulência fiquei!
interrogativa ñao pelo texto mas como vou colocar em prática não é tão simples principalmente no Brasil.

Maria Tatiana

12/6/10 21:56  
Blogger Lux Caldron said...

Sim não é fácil, mas penso que não o será menos no Brasil que em outros locais, pois este é um método que pode ter vantagens para meios sociais mais difícil, ao mexer directamente com as motivações dos alunos. É no entanto algo que necessita de maior competência e imaginação por parte dos professores sendo preciso, não apenas debitar informação, mas principalmente suscitar a curiosidade dos alunos levando-os a questionar, através de situações mais práticas e interactivas.

Bjos Maria Tatiana

19/8/10 18:43  

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