segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Um Fenómeno


Estávamos no ano de 1996. Um puto obcecado encontrava-se com o televisor domingo após domingo. O seu ídolo de sempre, Figo, jogava com a camisola azul-vermelha mas os seus olhos fixavam-se noutra estrela. Essa jogava como nenhum outro que ele algumas vez tivera visto. Corria, eles corriam atrás… fintava, eles sentavam… parava, eles seguiam em frente… arrancava e eles ficavam para trás! Com a leveza de um leão, ele levava tudo à frente, podiam-no puxar, pontapear, que ele não parava até meter a bola na rede, com um leve toque, quase cínico, a beijar o poste… Golo após golo, marcou uma era num mundo de vedetas, acabou a época e mudou de ares. Continuou a brilhar, mas o corpo não acompanhou a sua chama, atormentando-o com lesões, uma após a outra, castigando um menino que se tornava homem, a maior viveu-a em segredo enquanto todos se esqueciam do sonho e colocavam num pesadelo. “O Gordo”, chamavam-lhe, mas mesmo parado continuava a contrariar os críticos. A bola, essa continuava a metê-la onde mais gostava, nas redes contrárias. Agora deixa de vez os relvados, tarde dizem uns, que “cada ano era uma pétala que caia”, dizem outros. O puto que outrora se colava a cada jogo, a cada resumo, diz que há jogadores que deviam ser eternos, que os sonhos nunca deviam acabar… Agora perdura a memória de uma época, que torna o Fenómeno no melhor jogador que algum dia um menino viu jogar que o fez acreditar nos sonhos. Obrigado Ronaldo Luís Nazário de Lima!