Força

Tás a sentir
Uma página de história
Um pedaço da tua glória
Que vai passar breve memória
Tamos no pico do Outono e já chove
Por todo o lado
Levo uma de cada
Ainda não estou bem aviado
Cuspo directo no caderno
Rimas saídas do inferno
Que passei à tua pala
Num tempo que pareceu eterno
Tou de cara lavada
Tenho a casa arrumada
Lembrança apagada
Duma vida quase lixada

Passeio na noite
Atacado pelos clones
São tantos iguais
Sem contar com os silicones
Olho para o céu
Mas toda a gente foi de férias
Apetece-me gritar
Até rebentar as artérias

(respiro fundo)
E lembro-me da força
(guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o orgulho deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que deus me deu
A vontade de gritar bem alto:
O meu amor morreu
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir

Flashback instantâneo
Prazer momentâneo
Penso e digo até
Que bate duro
No meu crânio
Toda a dor
Toda a raiva
Todo o ciúme
Toda a luta
Toda a mágoa e pesar
Toda a lágrima enxuga
Odiando como posso
Não posso encher a cabeça
Não há dinheiro
Nem vontade
Ou amor que o mereça
Não vou pensar de novo,
Vou-me pôr novo
Neste dia novo
Estreio um coração novo
Visto-me de preto
Bem alegre no meu luto
Saio para a rua
Mais contente que um puto
Acredita que custou
Mas finalmente passou
No final do dia
Foi só isto que restou

(respiro fundo)
E lembro-me da força
(guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o orgulho deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que deus me deu
A vontade de gritar bem alto:
O meu amor morreu
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir
Vai haver um outro alguém
Que me ame e trate bem
Vai haver um outro alguém
Que me ouça também
Vai haver um outro alguém
Que faça valer a pena
Vai haver um outro alguém
Que me cante este poema

Da Weasel, com alterações pontuais de Lux Caldron

Por alturas do "Alive" o meu primo esteve em minha casa e pediu-me para ver os concertos que passaram na TV. Eu: tudo bem. Não gostava das bandas mas até tentei aguentar. A tarde começou com "Samuel o cachopo" e eu ia desesperando. Felizmente pouco mais deu dos concertos limitando-se ao início. Já no final do dia começou a dar Da Weasel e eu dei-lhes o maior elogio que podia dar a uma banda da qual não gosto: "Depois de Sam the Kid, Da Weasel parece Metallica!". E assim parecia tal era a diferença de qualidade imposta por uma constante utilização de instrumentos que os afastam de um estilo ao qual estão rotulados, e pelo trabalho que empresta classe onde ela normalmente não existe. Para além disso têm "algumas" letras muito boas e esta em especial diz-me muito pela proximidade que tem a uma situação da minha vida que tento há muito resolver de vez.
Pena é que normalmente as músicas escolhidas para singles (assim como em quase todas as bandas) sejam as mais ridículas e comerciais que têm!