segunda-feira, setembro 18, 2006

Pois é! Depois da derrota de Portugal no mundial não tenho tido grande vontade de escrever neste espaço... A maneira como Portugal perdeu deixou-me mais uma vez triste com a maneira como é gerido o futebol mundial. Mas não é disso que pretendo falar aqui agora.
No meu último post falei no orgulho que tinha em ser português. Agora vou falar do orgulho que tenho em ser do Sporting Clube de Portugal.
Quando há uns anos se falava de formação, falava-se de uma utopia. Era difícil imaginar um clube que desse preferência a jogadores formados em casa em vez de ir por esse mundo fora à procura de talentos que ficavam mais caros e que na grande maioria das vezes saiam furados... Podiam-se dar muitos exemplos de vários clubes mas já que é do Sporting que estou a falar, vou dar alguns exemplos: Kmet, Ramirez, Carlos Miguel, podia continuar por aí fora durante muitas páginas.
Isto é uma prática muito comum na grande maioria dos clubes portugueses que ainda não se aperceberam do potencial humano que têm. Um deles é a minha Naval que tem insistido nos últimos anos em não apostar em jogadores como: Marco Brás (o melhor central que alguma vez passou nas suas camadas jovens), Comboio (agora no Olhanense, depois de passagens por Alverca, Estoril, Barreirense), Sérgio Grilo (tão bom nas camadas jovens como Hugo Almeida, também ele produto da Naval), Bruno Lemos ( que cumpriu o último ano de juniores no Leiria), Carlos Silva (que passou pelo Sporting), Alex e Fábio que chegaram a estar um ano no plantel principal, Ricky ( se não fosse uma lesão no joelho teria ido passar os últimos anos de formação no Sporting) ou Rui Cardoso (o maior desperdício algum dia feito no futebol figueirense) entre outros.
No entanto há um clube que mudou de política desportiva e nos últimos anos tem apostado fortemente na formação. Esse clube é, claro está, o SCP. Reconhecidamente a melhor escola de futebol do país e uma das melhores do mundo, o Sporting está agora a recolher frutos do aproveitar dos seus talentos e do investimento feito na área da formação. Para além dos talentos que tem dado ao mundo do futebol como Futre, Figo, Simão, Cristiano Ronaldo, Quaresma entre muitos outros espalhados por muitas equipas portuguesas e não só, tem agora no plantel um sem número de jogadores oriundos das suas equipas mais jovens e outros tantos emprestados e podendo voltar a qualquer época. O que surpreende nestes jovens não é no entanto o seu talento que é enorme mas essencialmente a maturidade com que jogam, como ficou provado no jogo contra o Internazionale para a primeira mão da 1ª fase da Liga dos Campeões. Ver jogadores de 20 anos a controlar a bola sem medo das estrelas mundiais, circulando a bola e atacando com a classe de campeões foi soberbo. Ver um meio-campo constituído por Moutinho (20 anos), Djaló (20 anos), Nani (19 anos) e especialmente M.Veloso (20 anos e apenas o segundo jogo na equipa principal) a controlar o tempos e ritmo de jogo aguentando a pressão nos últimos minutos mantendo a posse de bola e conseguindo com uma maturidade excelente, pareciam jogadores feitos e não esperanças como é o caso, manter um resultado contra uma equipa que era dada como favorita à conquista final da competição foi um deleite para qualquer adepto de futebol.
Espero que estes jovens não saiam prematuramente como outros fizeram voltando um ou dois anos mais tarde para clubes rivais para completar o processo de formação. Espero que entendam que a hora certa de sair nunca será antes dos 22, 23, 24 anos e que a direcção se aperceba que os pode rentabilizar mais se eles saírem por essa altura ou um pouco mais tarde (se não saíssem era óptimo). Se isso acontecesse não me admiraria que dentro de pouco tempo o Sporting obtivesse os resultados desportivos que os seus adeptos desejam assim como ocorreu com o Ajax por exemplo.
Espero que sim e ainda fico à espera de ver jogar algumas promessas como Fábio Paim.

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