quarta-feira, julho 30, 2008

Não é Fado, é Algo Mais!

Alfama

Quando Lisboa anoitece
Como um veleiro sem velas
Alfama toda parece
Uma casa sem janelas
Aonde o povo arrefece
É numa água-furtada
No espaço roubado à mágoa
Que Alfama fica fechada
Em quatro paredes de água
Quatro paredes de pranto
Quatro muros de ansiedade
Que à noite fazem o canto
Que se acende na cidade
Fechada em seu desencanto
Alfama cheira a saudade
Alfama não cheira a fado
Cheira a povo, a solidão,
Cheira a silêncio magoado
Sabe a tristeza com pão
Alfama não cheira a fado
Mas não tem outra canção.

Alfama, de José Carlos Ary dos Santos, cantado por Mariza
Quem desdenha o Fado, não lhe devendo qualquer respeito, é porque desconhece a alma que ele contém. Que vá a um concerto da Mariza e feche os olhos. Escute as palavras que pela sua voz alcançam a sublimidade ao som de uma passado sempre presente que nos toca bem fundo no coração!