quarta-feira, junho 28, 2006

Não temos medo de ninguém!

Esta foi a frase que Pauleta utilizou para responder à pergunta: "têm mais medo da selecção ou da imprensa inglesa?".
Esta foi mais uma razão para o considerar um exemplo para todos os jogadores de Portugal.
Pauleta têm sido criticado duramente, sendo constantemente posta em causa a sua qualidade e a sua titularidade na selecção. No entanto eu sou de outra opinião e considero o ponta-de-lança do PSG um indiscutível desta equipa. Nem Postiga, nem Nuno Gomes e de certeza nem João Tomás o conseguiriam substituir.
Não o considero indispensável apenas por ser como já referi um exemplo de atitude e entrega mas também pelos golos. Pois é! Pelos golos, pois se é certo que não marcou no Euro 04, a verdade é que fora essa competição tem marcado sempre ao longo da sua carreira nacional. É já o melhor marcador de sempre da selecção, e foi o melhor marcador da fase de qualificação tendo em conta todos os grupos e todas as selecções (algumas delas com jogadores como Henry,van Nistelroy ou Rooney). Tem claramente mais provas dadas que qualquer um dos seus concorrentes tendo sido várias vezes o melhor marcador em França, como aconteceu esta época, e mesmo em Espanha. Foi ainda considerado por duas vezes consecutivas o melhor jogador de França, feito que nem Zidane ou Platini conseguiram.
Mas um ponta-de-lança não vive só de golos e o nº 9 é exemplar também noutros aspectos. Movimenta-se muito bem abrindo espaços para as penetrações dos colegas, faz tabelas e faz assistências... Viram a jogada do golo português contra a Holanda? Pauleta não teve só uma acção espectacular mas também essencial. Nem todos os grandes pontas-de-lança o conseguiriam. Sem a sua capacidade de recepção e de aguentar a pressão dos defesas seria impossível marcarmos aquele golo.
Por tudo isto: continua Pauleta, "Contra tudo e contra todos".

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terça-feira, junho 27, 2006

Fair-Play Laranja

No início da última época chegaram a Portugal dois treinadores de nacionalidade holandesa. Chegaram com um discurso aberto (sempre de salutar), que se propunham a mudar para melhor o futebol português. Co Adriaanse chegou mesmo a comparar o nosso futebol com o do seu país de origem criticando o excesso de faltas nos jogos da Liga Betandwin.com e propondo o modelo existente na Holanda em que os cartões amarelos necessários para se ser castigado com um jogo de suspensão vai diminuindo de 5 até se ser castigado de 1 em 1.
Após assistir ao Portugal - Holanda dos oitavos-de-final deste campeonato do mundo fiquei com a certeza de que, ao contrário dos portugueses, na Holanda será mesmo necessário que o sistema de castigos seja mais severo, pois se assim não fosse os jogos não haveria controlo possível.
Foi impressionante a maneira como a selecção orientada por Marc van Basten encarou o jogo. Se Scolari foi duramente criticado no último Euro por utilizar a expressão "mata-mata" também as laranjas deviam ser severamente castigadas por entrarem, literalmente, a matar. Logo aos dois minutos van Bommel foi punido com um cartão amarelo e poucos minutos mais tarde outro jogador cumpria a ameaça do primeiro mandando C.Ronaldo para o estaleiro. Se o árbitro da partida tivesse cumprido aí a sua obrigação e expulsasse Boulahrouz talvez a Holanda acalmasse e os portugueses não seguissem o caminho da retaliação, mas isso não aconteceu e os pupílos de van Basten continuaram a jogar duro (duro? Não violento, pois é diferente jogar duro mas sem maldade ou jogar bruto e com nítida intenção de magoar) e os tugas foram-se enervando acabando por entrar pelo mesmo caminho, mas ainda assim foi o jogo com menos faltas dos jogadores lusos neste campeonato (11 faltas para 9 cartões amarelos e dois vermelhos).
O russo Ivanov nunca esteve ao nível da dificuldade do jogo e teve vários equívocos prejudicando em muitos os portugueses pois, para além da já referida agressão ao 17 luso , houve outros lances em que ficaram razões de queixa. Se é verdade que o lance infeliz de Costinha era sempre punível de amarelo também é certo que vários outros lances de mão por parte dos jogadores laranjas ficaram por punir de maneira semelhante. O lance da expulsão de Deco é também a meu ver exagerado, como de resto noutros casos no Mundial, mas mesmo que Deco tivesse perdido vários segundos ao agarrar a bola um jogador como Phillip Cocu nunca poderia agarrar e puxar o jogador português sem ser punido com o cartão amarelo.
Mas a falta de carácter dos holandeses não ficou pelas faltas e sarrafadas. Após uma recuperação de bola da equipa das quinas Portugal saiu em contra-ataque com Deco a correr entre dois adversário ultrapassando-os em corrida e podendo isolar-se e "matar" o jogo ao marcar o segundo golo. O jogo foi interrompido para que fosse prestada assistência a R.Carvalho, e bem pois a integridade física dos jogadores deve ser preservada em qualquer situação. Na reposição de bola o jogador de Portugal não discutiu o lance, confiante que o adversário lhes devolveria a bola. Qual não é o espanto de todos quando o jogador laranja que recebe a bola do colega não só não a devolve como se tenta aproveitar da estagnação espantada dos portugueses para criar perigo. Deco, o jogador que se ia a isolar momentos antes, "passou-se" e fez uma entrada duríssima. Perdoem-me a honestidade mas quanto a mim leve. Aquele holandês merecia que Deco o lesionasse para que ele aprendesse a ter respeito pelos colegas de profissão. Não contentes pelo coro de assobios que o estádio de Nuremberga lhes reservou (inclusive a parte laranja) voltaram a pôr em cena o mesmo número minutos depois. Se isto é o "futebol total" da "Laranja Mecânica" obrigado mas dispenso! Cruyf e companhia devem ter ficado bastante depcionados.
É claro que os holandeses também têm razões de queixa, como por exemplo o encosto do nosso capitão na cabeça de van Bommel, mas mais uma vez, perdoem-me a honestidade, só a paciência dos santos não se esgota e Figo continua a ser um dos melhores jogadores do mundo mas santo não é de certeza.

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sexta-feira, junho 23, 2006

Mundial 06

Estes dias de mundial não trouxeram grandes surpresas. A única será talvez a decepcionante carreira da Rep.Checa. Semi-finalista no Euro 04 aqui em Portugal, entusiasmou também durante a qualificação. Mas após um bom jogo inicial não mais voltou a ganhar e ficou pelo caminho. A razão será talvez a ressentida lesão de Koller. Tão dependente estava da sua presença que não conseguiu jogar sem ele, afinal não é fácil substituir um gigante como Koller e que ainda por cima tem uma grande capacidade técnica, o que lhe permite ganhar bolas e servir os companheiros com qualidade. De qualquer maneira esperava-se um pouco mais. De resto tudo correu sem surpresas (não considero o equador uma surpresa pela falta de qualidade de um Paraguai muito mau, salvou-se Valdez) o que confirma a minha ideia de que o Campeonato do Mundo é uma prova menos competitiva que o Campeonato da Europa.
O verdadeiro Mundial começará agora nos oitavos-de-final já com as melhores selecções do mundo (a Turquia não será melhor que o Togo? E o Uruguai não será melhor que a Arábia Saudita?). Esperemos que Portugal continue bem e que esprema esta laranja como espremeu a outra em 2004 ou na qualificação para o Mundial 02.

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