Guerreiros em Part-Time
Hoje tive finalmente a oportunidade de ver um jogo completo da selecção portuguesa de Rugby (o facto de um Campeonato do Mundo, em que participa pela primeira vez uma equipa a representar Portugal, ser transmitido em canal fechado é simplesmente ridículo).
Neste confronto com a Roménia vi Portugal a confirmar a ideia que já me tinham passado e que era a de que a equipa portuguesa não aguentava os encontros todos com o mesmo ritmo de início ao fim. A ideia que me passaram era a de que Portugal conseguia equilibrar os encontros, dentro dos possíveis com uma coragem e bravura que nos fazia ter orgulho mas que inevitavelmente os resultados acabavam por se avolumar nos últimos minutos dos jogos.
No jogo de hoje Portugal entrou para o seu último jogo, e o único que tinha esperanças de vencer, com uma força incrível, a defender muito bem e a controlar uma equipa romena que pouco pode fazer para contrariar "os Lobos". O resultado ao intervalo era de 7 - 0 para os portugueses e as perspectivas da primeira vitória para a nossa selecção num Campeonato do Mundo aumentavam. No entanto a segunda parte trouxe uma equipa romena mais pressionante e a equipa de Portugal resistiu até onde pode.
Após quase vinte minutos da segunda parte com os portugueses a defender eficazmente os romenos conseguiram um ensaio após uma jogada de grande insistência e concretizaram o pontapé que se seguiu empatando o jogo. Portugal estava já nessa altura em manifesta inferioridade física mas conseguiu ainda assim mais três pontos após uma grande penalidade bem transformada passando a ganhar por 10 - 7.
Com grande coragem os portugueses defenderam a vantagem como podiam e não fugiam de nenhum lance mas as forças começavam a faltar aos nossos "Lobos" e a equipa era empurrada pelos romenos. Já perto do final os portugueses viram os seus esforços ir por água abaixo após mais um ensaio da Roménia acabando o jogo por ficar 14 - 10 para os romenos e ficando a ideia de que a principal desvantagem de Portugal neste jogo (e pelos vistos nos outros também apesar da inferioridade técnica em relação à Escócia, Nova-Zelândia e Itália) foi a condição física em que a equipa se encontrava.
Isto tem desde logo ser considerado normal. É complicado ter uma equipa amadora a competir com equipas totalmente profissionais e por muito bom que sejam os jogadores nacionais e o treinador não lhes poderia-mos exigir mais do que eles nos deram ao longo deste campeonato: patriotismo, bravura e fair-play. Isso eles deram-nos e por isso saem desta competição ovacionados por todos. É por isso que a toda poderosa Nova-Zelândia se deu ao trabalho de descer ao seu balneário para beber umas cervejas com "os Lobos" e confraternizar com estes. É por isso que a única equipa amadora do Mundial saiu da competição de cabeça bem erguida e a uivar à lua e não a ganir com umas cabazadas que poderiam ter sido bem mais expressivas!
Não lhes podiamos exigir mais pois ao contrário de todas as outras equipas eles não tinham todo o seu tempo dedicado à modalidade e ao seu treino. Alguns percorriam mais de 300 Km para vir treinar a Lisboa, enquanto deixavam de passar tempo com a sua familia ou amigos, para se dedicar a uma paixão que não lhes dava qualquer compensação em trocar excepto o prazer de a praticar. Todos os jogadores tinham os seus empregos e mesmo em França durante o Campeonato do Mundo nunca poderam estar completamente desligado destes pois eles apenas eram jogadores de Rugby em part-time. Apenas eram "Guerreiros em part-time".
Parabéns "Lobos" e muito obrigado!
Neste confronto com a Roménia vi Portugal a confirmar a ideia que já me tinham passado e que era a de que a equipa portuguesa não aguentava os encontros todos com o mesmo ritmo de início ao fim. A ideia que me passaram era a de que Portugal conseguia equilibrar os encontros, dentro dos possíveis com uma coragem e bravura que nos fazia ter orgulho mas que inevitavelmente os resultados acabavam por se avolumar nos últimos minutos dos jogos.
No jogo de hoje Portugal entrou para o seu último jogo, e o único que tinha esperanças de vencer, com uma força incrível, a defender muito bem e a controlar uma equipa romena que pouco pode fazer para contrariar "os Lobos". O resultado ao intervalo era de 7 - 0 para os portugueses e as perspectivas da primeira vitória para a nossa selecção num Campeonato do Mundo aumentavam. No entanto a segunda parte trouxe uma equipa romena mais pressionante e a equipa de Portugal resistiu até onde pode.
Após quase vinte minutos da segunda parte com os portugueses a defender eficazmente os romenos conseguiram um ensaio após uma jogada de grande insistência e concretizaram o pontapé que se seguiu empatando o jogo. Portugal estava já nessa altura em manifesta inferioridade física mas conseguiu ainda assim mais três pontos após uma grande penalidade bem transformada passando a ganhar por 10 - 7.
Com grande coragem os portugueses defenderam a vantagem como podiam e não fugiam de nenhum lance mas as forças começavam a faltar aos nossos "Lobos" e a equipa era empurrada pelos romenos. Já perto do final os portugueses viram os seus esforços ir por água abaixo após mais um ensaio da Roménia acabando o jogo por ficar 14 - 10 para os romenos e ficando a ideia de que a principal desvantagem de Portugal neste jogo (e pelos vistos nos outros também apesar da inferioridade técnica em relação à Escócia, Nova-Zelândia e Itália) foi a condição física em que a equipa se encontrava.
Isto tem desde logo ser considerado normal. É complicado ter uma equipa amadora a competir com equipas totalmente profissionais e por muito bom que sejam os jogadores nacionais e o treinador não lhes poderia-mos exigir mais do que eles nos deram ao longo deste campeonato: patriotismo, bravura e fair-play. Isso eles deram-nos e por isso saem desta competição ovacionados por todos. É por isso que a toda poderosa Nova-Zelândia se deu ao trabalho de descer ao seu balneário para beber umas cervejas com "os Lobos" e confraternizar com estes. É por isso que a única equipa amadora do Mundial saiu da competição de cabeça bem erguida e a uivar à lua e não a ganir com umas cabazadas que poderiam ter sido bem mais expressivas!
Não lhes podiamos exigir mais pois ao contrário de todas as outras equipas eles não tinham todo o seu tempo dedicado à modalidade e ao seu treino. Alguns percorriam mais de 300 Km para vir treinar a Lisboa, enquanto deixavam de passar tempo com a sua familia ou amigos, para se dedicar a uma paixão que não lhes dava qualquer compensação em trocar excepto o prazer de a praticar. Todos os jogadores tinham os seus empregos e mesmo em França durante o Campeonato do Mundo nunca poderam estar completamente desligado destes pois eles apenas eram jogadores de Rugby em part-time. Apenas eram "Guerreiros em part-time".
Parabéns "Lobos" e muito obrigado!
Etiquetas: Rugby